Detento de Mim
Estive prisioneiro durante muitos anos, sem julgamento, sem direito a defesa e sem motivo de causa justa, sequer aparente. Insólita reclusão, aprendi a sobreviver. A falar com as paredes, sozinho e comigo, a refletir e meditar. Entre a porta e a estreita janela, com parcas grades me perguntava, me questionava, me angustiava. Na verdade, percebi que muito aprendi nesta maratona involuntaria, exclusão incondicional. De cidadão a soldado forjado, forçado. Os dias se configuravam em momentos infinitos. Um corpo envolto numa sepultura sem caixao, sem compaixão. Apenas prisioneiro de mim. Mas me libertei Não desertei Quanto tudo entendi...
Oswaldo Tadeu Nanzer
Enviado por Oswaldo Tadeu Nanzer em 11/10/2011
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